Não ia escrever nada aqui por estes dias...
Eu estava querendo tirar umas férias do blog, me silenciar por uns dias, mas tive um papo tão legal com uma ex-aluna muito querida que resolvi vir escrever sobre ele aqui.
Eu estava querendo tirar umas férias do blog, me silenciar por uns dias, mas tive um papo tão legal com uma ex-aluna muito querida que resolvi vir escrever sobre ele aqui.
Fui professora dela no oitavo e no nono anos há um tempo atrás e, por acaso, ela deixou na inbox do meu Facebook uma mensagem dizendo que estava indecisa sobre qual curso universitário fazer e me pediu que a ajudasse.
Primeiro, eu achei muito delicado da parte dela, mesmo depois de tanto tempo, confiar em mim para ajudá-la em algo tão particular e depois, nossa conversa sobre dúvidas e escolhas me retomou aquele velho papo sobre "crescer"...
Já tive a idade dela.
Há pouco mais de uma década, mas tive.
E dúvidas em jovens cabecinhas são sempre cruéis, não importa a geração... Em jovens, são sempre algo que perturbam a cabeça e nos fazem pensar (na inocência da idade) que não há saída.
Na juventude, tudo parece crucial demais, definitivo demais, desafiador demais. No entanto, são apenas escolhas. Escolhas que se forem erradas, no futuro por bem ou por mal, podem ser reparadas, consertadas ou desfeitas.
Entretanto, naquele momento, parecem ser o "fim do mundo", nos dão a impressão de que uma escolha errada poderá ser a porta de acesso a um futuro infeliz ou algo do tipo.
E sabemos que não é bem assim.
Nossa cabeça vai mudando com o tempo.
Com o passar dos anos, a adolescência se despede e percebemos que os amigos "pra vida toda" já não são mais tão próximos, que nossos pais não são "heróis invencíveis" e que somos suscetíveis a erros, falhas e enganos.
E neste momento de decepção sobre as crenças que cultivamos por toda a infância e adolescência é que finalmente crescemos.
E decepção maior ainda é quando descobrimos que aquele velho papo sobre "crescer" não era tão legal e sem problemas como imaginávamos que seria, quando estávamos na infância.
Quando temos 12 anos, por exemplo, pensamos que ao completar 18, algo mágico irá acontecer. Será a maioridade, será chegado o tempo de ser adulto, independente e dono de sua própria história.
E não é nada disso.
O crescimento ocorre todos os dias e aos poucos vamos abandonando o medo da vida e as asas dos pais, para aprendermos a voar sozinhos sem receios, cientes de que o percurso é difícil e não tem nada de mágico ou fantástico como pensávamos. Cada um a seu tempo.
Passamos também a compreender que as dúvidas e as escolhas fazem parte da vida. Podem ser cruciais ou não, mas sempre vêm com um aprendizado.
E vendo minha jovem ex-aluna falar, posso traçar um paralelo com as palavras da minha mãe que sempre me diz: "Não sei pra quê você corre tanto com a vida, se preocupa tanto com tudo... Quando você chegar a minha idade, vai dizer: 'Corri tanto pra quê?'".
Acho que o crescimento, o amadurecimento nos desacelera, nos faz mais humanos e menos máquinas. Nos faz perceber que a vida não é um caminho perfeito, sem erros ou problemas e que a sua construção está justamente em tentar, em refazer e repensar.
Passamos a ser menos controladores de nossos destinos, reconhecendo que nos é permitido recomeçar, sempre que necessário.
Por muito tempo ainda carregamos o vício da perfeição, a eterna ilusão de controle sobre nossa história e nosso futuro. Mas, com o tempo vemos que tudo passa, inclusive o desejo de nunca errar e a resistência ao recomeço.
Assim, aquele velho papo sobre "crescer" não era tão decepcionante assim... Pelo contrário, crescer se torna bonito, pois envolve experiências, tentativas, erros, acertos e sobretudo aprendizado.
Aprendizado que vem com o tempo, sem pressa, sem cobranças.
Por isso, permita-se, erre, acerte, viva.
Com carinho,
Primeiro, eu achei muito delicado da parte dela, mesmo depois de tanto tempo, confiar em mim para ajudá-la em algo tão particular e depois, nossa conversa sobre dúvidas e escolhas me retomou aquele velho papo sobre "crescer"...
Já tive a idade dela.
Há pouco mais de uma década, mas tive.
E dúvidas em jovens cabecinhas são sempre cruéis, não importa a geração... Em jovens, são sempre algo que perturbam a cabeça e nos fazem pensar (na inocência da idade) que não há saída.
Na juventude, tudo parece crucial demais, definitivo demais, desafiador demais. No entanto, são apenas escolhas. Escolhas que se forem erradas, no futuro por bem ou por mal, podem ser reparadas, consertadas ou desfeitas.
Entretanto, naquele momento, parecem ser o "fim do mundo", nos dão a impressão de que uma escolha errada poderá ser a porta de acesso a um futuro infeliz ou algo do tipo.
E sabemos que não é bem assim.
Nossa cabeça vai mudando com o tempo.
Com o passar dos anos, a adolescência se despede e percebemos que os amigos "pra vida toda" já não são mais tão próximos, que nossos pais não são "heróis invencíveis" e que somos suscetíveis a erros, falhas e enganos.
E neste momento de decepção sobre as crenças que cultivamos por toda a infância e adolescência é que finalmente crescemos.
E decepção maior ainda é quando descobrimos que aquele velho papo sobre "crescer" não era tão legal e sem problemas como imaginávamos que seria, quando estávamos na infância.
Quando temos 12 anos, por exemplo, pensamos que ao completar 18, algo mágico irá acontecer. Será a maioridade, será chegado o tempo de ser adulto, independente e dono de sua própria história.
E não é nada disso.
O crescimento ocorre todos os dias e aos poucos vamos abandonando o medo da vida e as asas dos pais, para aprendermos a voar sozinhos sem receios, cientes de que o percurso é difícil e não tem nada de mágico ou fantástico como pensávamos. Cada um a seu tempo.
Passamos também a compreender que as dúvidas e as escolhas fazem parte da vida. Podem ser cruciais ou não, mas sempre vêm com um aprendizado.
E vendo minha jovem ex-aluna falar, posso traçar um paralelo com as palavras da minha mãe que sempre me diz: "Não sei pra quê você corre tanto com a vida, se preocupa tanto com tudo... Quando você chegar a minha idade, vai dizer: 'Corri tanto pra quê?'".
Acho que o crescimento, o amadurecimento nos desacelera, nos faz mais humanos e menos máquinas. Nos faz perceber que a vida não é um caminho perfeito, sem erros ou problemas e que a sua construção está justamente em tentar, em refazer e repensar.
Passamos a ser menos controladores de nossos destinos, reconhecendo que nos é permitido recomeçar, sempre que necessário.
Por muito tempo ainda carregamos o vício da perfeição, a eterna ilusão de controle sobre nossa história e nosso futuro. Mas, com o tempo vemos que tudo passa, inclusive o desejo de nunca errar e a resistência ao recomeço.
Assim, aquele velho papo sobre "crescer" não era tão decepcionante assim... Pelo contrário, crescer se torna bonito, pois envolve experiências, tentativas, erros, acertos e sobretudo aprendizado.
Aprendizado que vem com o tempo, sem pressa, sem cobranças.
Por isso, permita-se, erre, acerte, viva.
Com carinho,
Um comentário:
Crescer é muito bom. Independente da caminhada, sempre aprendemos um pouco mais sobre nós mesmos e ficamos mais atentos ao que acontece em nós e ao redor.
Tomamos mais consciência de nossas ações e errar e acertar se tornam somente processos, e não o resultado final.
De todas as escolhas que fiz, a que mais me orgulho foi me casar com você, saber que temos a vida toda pela frente juntinhos. Só isso me interessa. O restante corremos atrás.
Te amo para sempre!
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