Já passa das 7:30 da noite e Dudu só volta do trabalho depois das 9:30. Isso, porque terá que passar no mercado pra compar um ventilador pra tentar secar a parede do nosso quarto, depois de tanta chuva (e mofo até na minha alma).
Preciso de sol. Não sou como meus hamsters que estão indiferentes mesmo com a chuvarada e o vento uivante lá fora. Preciso de sol pra aquecer não só as paredes do meu quarto, mas dentro de mim, que estou cansada de ver no tempo uma extensão de muitos dos meus sentimentos.
Chuva me lembra lágrima. Tempo fechado me dá tédio, me angustia.
O sol, quando vem, ilumina a paisagem, deixa a vida com cara de verão e férias, mesmo na sala fechada do trabalho, com milhões de assuntos pra resolver.
Chuva é para mim como lágrima mesmo. Lágrima que vem pra dar alegria, pra emocionar, não pra destruir ou trazer dor. Chuva para refrescar é como chorar de tanto rir.
Mais e mais casos tristes na tv sobre a devastação da chuva. Não gosto quando o tempo exterioriza nossas dores mais escondidas, trazendo-as à tona e nos deixando vulneráveis...
Quero sol pra espantar meus medos, minha tristeza, os maus pensamentos.
Quero sol pra trocar o casaco de moleton acinzentado por blusas coloridas e um sorriso. Quero me livrar do guarda-chuva como alguém que abandona o lenço, porque parou de chorar e acalmou o coração.
Quero voltar a sorrir. Sorrir com o sol.
Com carinho,
Naná.